BRIGA EM MERCADO / Sem medo de defender deficientes
21 de abril de 2010 | Apesar de ser agredido após repreender motorista, empresário assegura que manterá fiscalização do uso das vagas reservadas Léo Mainardi Empresário agredidoO trauma de quase perder a vida após ser brutalmente agredido por um motorista que não gostou de ter sido repreendido por estacionar numa vaga destinada a deficiente num hipermercado, da Capital, não esmoreceu o empresário Léo Mainardi, 49 anos. Ontem, ainda se recuperando da cirurgia de urgência para tratar um coágulo no cérebro, uma consequência da pancada com uma barra de metal que levou na cabeça, ele afirmou que continuará lutando pelos direitos dos cadeirantes.
– Essa bandeira vou continuar levantando. Se eu vir um caso assim, eu vou reivindicar o direito para que um dia o cidadão tenha mais consciência e que casos absurdos como esse não se repitam – disse.
A confusão aconteceu na tarde de domingo. O empresário voltava com a mulher do Litoral e, antes de seguir viagem para Novo Hamburgo, onde mora, resolveu fazer compras no hipermercado Makro, no bairro Anchieta. Ao ver um motorista estacionar o carro na vaga destinada a deficientes, ele se lembra da filha Carleffa, 24 anos, cadeirante desde criança.
Dono de uma empresa de cartonagem em Novo Hamburgo, Mainardi resolveu repreender Rudicir de Freitas, 34 anos. Foi o suficiente para a confusão começar. Os dois discutiram, trocaram empurrões e tapas. Enfurecido, o condutor arrancou um pedaço de metal de uma gôndola e golpeou o empresário na cabeça, que caiu desacordado. Após se recuperar, Mainardi seguiu para Novo Hamburgo, onde fez o curativo numa clínica. Horas depois, começou a se sentir mal e foi levado para o Hospital Municipal.
– Foi por um detalhe. O médico disse que eu podia não acordar pela manhã – afirmou Mainardi.
O caso foi parar na polícia. Ontem, o delegado Cleber Ferreira, responsável pelo caso, tomou o depoimento do autor da pancada. O advogado dele, Cid Cezimbra, afirmou que Freitas não teria batido com a barra.
– Com certeza, ele não bateu com a barra de ferro. Ele arremessou alguns objetos – relatou.
Para o delegado, Freitas disse que foi agredido verbalmente e depois atacado pelo empresário. Só após isso teria reagido. A alegação de legítima defesa não convenceu o delegado. Nas imagens cedidas pelo Hipermercado Makro, não aparece a agressão com a barra. Ferreira solicitou mais vídeos ao estabelecimento antes de encaminhar o inquérito.
– É prematuro dizer se foi uma tentativa de homicídio ou lesão corporal grave. Vamos aguardar outros testemunhos, mas tudo se encaminha para o indiciamento deste homem – disse. Fonte: Zero Hora.
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