A Associação Parkinson do RS - APARS, fundada em 2002, tem o propósito de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas afetadas pela doença de Parkinson e de seus familiares. É uma entidade sem fins lucrativos, políticos ou religiosos, de caráter beneficente e educativo. Sobrevive unicamente graças à sua contribuição, pois não possui nenhuma outra fonte de receita. Entre as ações que realizamos estão: apoio, orientação e informações aos portadores da doença de Parkinson, seus familiares e cuidadores; palestras a cargo de profissionais da saúde, tais como neurologistas, neurocirurgiões, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, entre outros, e promover ações junto a entidades públicas visando garantir o acesso regular aos medicamentos.
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terça-feira, 26 de julho de 2016

O Parkinson e o apagar das luzes

por Silvia do Canto, Jornalista

26/07/2016 - Embora diagnosticado há cerca de 200 anos, o enfadonho "Mal de Parkinson", substituído por esta que vos fala, por "PKS", ainda é uma patologia que segrega muitos de seus portadores e está bastante distante do conhecimento das pessoas. O desconhecimento é uma arma letal quando acionado pelo preconceito de enxergarmos o que a sociedade não classifica como "bonito" ou "normal".

Hoje, aos 54 anos, há sete tratando a doença, enfrento situações cômicas, se não fossem trágicas, por conta da rigidez muscular a que sou submetida quando se manifesta, com assustadora severidade, o sintoma da doença. Os que me conhecem sabem que tenho uma média de estatura não muito comum à mulher brasileira (1.80) e por conta disso, costumo brincar que deveria existir uma lei divina que impedisse pessoas de maior estatura serem acometidas de qualquer paralisação muscular. A rigidez, que se inicia na ponta dos dedos dos pés — é literalmente assim que começa — até chegar à mente consome um tempo bem maior, caso minha altura ficasse na casa dos 1.65, por exemplo.

Outra constatação é o fator emocional que incide, diretamente, na evolução e manifestação dos sintomas. A pouca literatura existente afirma que os diagnosticados com "PKS" não podem ser submetidos às situações de extremo estresse.

Qual não foi meu pânico, seguido de uma dificuldade visivelmente acentuada para respirar, quando em total momento de crise, fui "convidada", pelo vigia de um prédio público, no centro de Porto Alegre, a me retirar, pois passava das 17 horas, e as portas deveriam ser trancadas e as luzes apagadas. Com bastante dificuldade, eu e uma amiga que me acompanhava, tentávamos sensibilizá-lo justificando que ainda estávamos ali, porque esperávamos o efeito da medicação, que acabara de usar, para poder sair andando.

Eis que surge o funcionário da estatal, gerente ou coisa parecida, para questionar que hora o remédio faria efeito. Essa precisão, nem eu nem ele e nem a comunidade científica tínhamos. Pois o rapaz insistiu em abandonarmos o local e assim o fizemos, eu completamente rígida, com dores por todo o corpo, ultra nervosa, sentindo-me expulsa de um local por ser uma pessoa "doente". Fonte: Zero Hora.

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